digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 12, 2006

Cantorias

Ela canta só para mim. Canta no leitor de CD. Ela canta só para mim no leitor de MP3 e no gravador de cassetes, na rádio e na televisão. Ela canta só para mim no Coliseu e olho-a pequenino cá de baixo com o coração a bater muito alto.
O meu coração bate tão forte, quando ela canta só para mim, que julgo que vai tapar a sua voz. E se tapasse, que importaria? Ela canta só para mim! Só se a importasse a ela...
Quando canta fá-lo com alma, coração, garganta, nervo, sangue e luz no meio de toda a escuridão. É um diamante a cortar vidro e as minhas orelhas festejam e minhas mãos aplaudem quase tão vibrantes quanto o meu peito.
Ela quando canta fá-lo só para mim ainda que os poemas não falem de mim nem do meu amor ou do dela. Tanto faz, a voz di-lo mais forte e doce que todos os poemas juntos juraram amor e felicidades eternas. As mentiras que canta são tão belas como são ternos os beijos que lhe mando para o palco.
Ela canta só para mim. Por isso copio-a vezes sem conta e não me importo se lhe chamam pirataria. Que seja. Serei um pirata do amor por ela! Por cada cópia há mais uma voz a cantar o amor dela por mim. Ela canta só para mim ainda que cante no Coliseu ou no leitor de MP3.

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