digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 12, 2006

A caminho

Não sei o caminho. Sei o que é o passado. Sei o que estive e talvez saiba onde estive, mas não sei como vim aqui parar. Por isso não posso fazer o caminho de volta.
Para a frente tudo é desconhecido. Não sei o que é o futuro, o que dele faz parte e de que se faz. Não sei mesmo qual o rumo seguir. Não tenho intuição. Vou seguir o vento e deixar-me ir por onde me apetecer e por onde a consciência não me pesar. Vou tentar não asnear.
Não sei o caminho e mesmo que estejas ao meu lado não podes fazer o caminho comigo. Nem tu nem ninguém. Nunca se está sempre com alguém. Mesmo que estivesses sempre aqui não poderias carregar-me, estarias a obrigar-me a fazer o teu caminho e eu a pesar-te na vida.
Todos temos um percurso, um ponto de partida, mas sempre a mesma meta. O que há é muitas maneiras de chegar, porque a cada cabeça correspondem duas pernas e duas mãos. Às pernas cabe-lhes caminhar e às mãos agir. É-se o que se faz. Sei o que quero, mas não sei como se faz.
Não sei o caminho. Sei uma parte do passado e sei como vou acabar um dia longíquo, daqui por muitos anos. Entre hoje e esse dia só tenho incógnitas. Espero ser corajoso e bravo. Queres fazer comigo uma parte do caminho?

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