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A Víndima de 7 de Outubro (2003) não me sai da memória, está proibida de sair. Fizeram-se 3000 garrafas e 2 vieram para minha casa... foi o vinho mais caro que comprei até hoje e só me arrependo quando penso que há gente a passar fome. Depois há o livro, que foi escrito para aqueles que não privilegiados que não provaram o dito vinho e para os habilidosos dos tachos e caçarolas. O que importa que um terço dos ingredientes seja desconhecido? O que importa que outro terço não se encontre facilmente à venda? O que importa que sejam necessários três licenciaturas, dois mestrados e cinco pós-graduações em cozinha, copa e kitchenette para se concretizarem as receitas? As respostas são sempre a mesma: nada! Porque afinal o que importa é o vinho que lhe serviu de inspiração e de mote, o tal que se chama «Vindima de 7 de Outubro»... E para a consciência não me pesar cito Mário de Cesariny: «Afinal o que importa não é haver gente com fome, porque, asim como assim, ainda há muita gente que come»... desculpem também o cinismo... Hoje vai marchar a segunda garrafa!
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