digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 09, 2019

Galé

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Sim, isso, por aí, por isso.
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Onde o Sol se renova e a Terra se engana, aos olhos.
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Vendo o azul-lilás ao lilás ao lilás-rosa ao rosa ao rosa-laranja ao laranja.
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Como os refrescos e a pele escaldada.
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A noite é cinema, das estrelas que me esqueci de olhar. Talvez nem se vissem no tanto barulho da alegria.
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Vem a noite no Verão e futura-se a praia, só em frente, chegando-se desviando das árvores e das coisas.
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Pela manhã tardia, o doce e a calma. Quase ninguém acordou, mas algures há cães por passear e gatos quase-invisíveis.
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Pela manhã tardia chega-se à praia, onde se chega indo sempre em frente, bastando o desvio das árvores e das coisas.
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O Sol é luz, o mar está salgado, como pudesse ser diferente.
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Não importa a cor denunciando o humor da água.
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Uma bandeira axadrezada não voa sobre a areia, não há meta nem fim.
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Nem o Sol se renova nem o mar se importa.
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Haverá noite e manhã. É claro, nem se precisa acreditar.

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