digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, agosto 08, 2019

De vazio vestidos

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Se me disseram e se.
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Se quando a vi e esperei, não esperava outra da aceitação.
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A sua sorte foi não me ter dado a sua.
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Assim vazios como despidos dissemos coisa duma despedida e ficámos.
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Não falha um, diariamente lembro-me dessa e todas como e como se fossem da noite passada.
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Perdi a conta e não desconfio da certeza de muitas mais.
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Se a vergonha tivesse voz, mais vergonha eu teria.
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Nem sei se diga do meu amor-próprio servil e doutros desastres confusos e mais ainda do que o pudor e a memória me permitem contar. Talvez a multidão saiba.
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É assim falando que falo do que quero e não quero e não-quero-que-quero e do que todos desconfiam e do que todos sabem e, pior talvez, do que a dúvida se esqueceram.
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Se confuso? Deviam conhecer-me.
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Pela manhã, bebe-se água.
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À noite toma-se um comprimido, mas é para outras coisas.

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