digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, junho 10, 2017

Sozinho no mar

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A que distância da terra se está sozinho no mar. A enxurrada molha mais do que o rio. Quando começa o frio. Onde fica a felicidade.
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Importa o rigor do mapa se um plano não é redondo. Podem os animais respeitar a fronteira.
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Por que a luz e o calor também cansam e o Inverno regenera.
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Se o riso pode ser choro e as lágrimas felicidade, por que importam. Se a boca diz o pensamento e o tino a manda calar, por que se fazem asneiras e declarações apaixonadas.
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Se a paixão é sofrimento, por que se saboreia a doença. Se o amor é sublime, por que se perde.
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Quando se vê o túnel branco, por que se regressa. Por que não se morre só de desgosto. Por que não se morre.
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As perguntas sem resposta não precisam de pontos de interrogação. São essas e outras as que importam.
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Nem a idade de morrer nem os beijos que faltam importam. Há o vinho e a música e a pintura. Palavra escrita e poemas de improviso. Estar só e ficar abandonado ou apenas pensar.

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