digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, abril 29, 2017

Enrolados na lã

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A intimidade faz comichão. Dizê-la é espirrar e a mudez acha-se o vómito contido. Todos sabemos o que todos, mas a gaveta das camisolas de lã está fechada. Fazer e desfazer caixotes é desarrumar confianças, viaja-se ao governar os livros nas estantes e cozinhar torna-se no abraço à mãe. Dentro dos lençóis há muitas noites e neles se ficam silêncios.
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Quem escreve está à janela, ao assomar-se abre as portadas e quem lê toma os seus olhos diante da rua. 

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