digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, março 25, 2017

Corredor

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Se não morrer antes será depois e devia ter sido. A vida do lado tem mais futuro. Sei onde pus as chaves e o lugar da passagem.
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Tenho na cabeça uma casa com jardim em crescimento perpétuo, número incerto de gatos e de corvos, só um cão, preto e mudo.
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Aí é tudo de mim. Há gente, quase só fantasmas. É ter o querer quando fora não existe.
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A angústia é só, percorro corredores que só eu vejo, só vejo de luz-néon intervalando o invisível visível.
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Tantas vezes morri de amor e reencarnei e isso passa, por pudor os resguardo – todos sabem. Não é por isso agora. Qualquer coisa, tanto faz, é assim a morte-viva da minha vida.

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