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Se não morrer antes será depois e devia ter sido. A vida do lado
tem mais futuro. Sei onde pus as chaves e o lugar da passagem.
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Tenho na cabeça uma casa com jardim em crescimento perpétuo,
número incerto de gatos e de corvos, só um cão, preto e mudo.
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Aí é tudo de mim. Há gente, quase só fantasmas. É ter o
querer quando fora não existe.
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A angústia é só, percorro corredores que só eu vejo, só vejo
de luz-néon intervalando o invisível visível.
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Tantas vezes morri de amor e reencarnei e isso passa, por
pudor os resguardo – todos sabem. Não é por isso agora. Qualquer coisa, tanto
faz, é assim a morte-viva da minha vida.
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