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Em torno não há parede. Provisoriamente eterno, declaração
de melancolia e procrastinação, um biombo translúcido por onde vem a luz e a sombra,
gente e o ardor dos amores deixando-me.
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Vingo-me numa rebelião, transparento-me espanco as vírgulas e digo novas palavras,
inventadas quase virgens.
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É nudez como a do Napoleão que, de megafone, anuncia o fim
do tempo na maior praça da cidade.
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Sou o Inferno, sem escada ou porta de abrir para fora.
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Quanto um sortilégio me alegra sou a tranquilidade sobrevivente
da fúria das lâminas e da convulsão do céu e do mar.
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Quando saio nunca me esqueço das chaves.
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