digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, novembro 23, 2016

E envelhecem

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As horas passam sem fim e os anos na luz. O tempo expande-se e incompreendo-o, não em nostalgia, são remorsos dos finais que precipitei, a calvície e a vista cansada.
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Acordei com quarenta e tais anos, já me achara adulto aos trintas e senhor nos vintes, com responsabilidade pesada dos falhanços e da carga agravando-se.
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Não percebi se ganhei ponderação ou perdi paciência. Sei que a vida leva-se, tem de ser, mesmo desesperançando-me. Desejo vidas como nos videojogos, recomeçar num sítio doutros dias, rever os males e aprender dos outros.
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Crescer, envelhecer, é uma tristeza. Não é a luz nem a chuva nem o frio nem a noite nem o escuro nem o soalheiro nem o calor nem o dia nem Outonos nem Primaveras. É um bicho dentro a esgravatar, sem veneno que o mate sem lhe ser solidário no destino.
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Os miúdos estão grandes, não tarda arrependem-se e envelhecem.

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