digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, agosto 20, 2016

No metropolitano

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Na carruagem do metropolitano oiço qual a próxima estação e penso e concluo demasiadamente rápido que sei para onde quero ir mas não onde sair.
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Que seja, reparo nos rostos. Escolho a miúda para pensar e instantaneamente lembro-me do que seria se fosse quem fui, talvez me correspondesse o olhar acrescentado de sorriso, para sentar-me diante e lhe perguntar:
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– (…)
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Na verdade, quando é assim, quase tanto faz.
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Não me vê e desisto antes que a incomode, na vergonha do que não fiz mas pensei.
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Que me apeie sem susto e chegue onde quero.
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Se fosse simples e eu quem fui.
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Como uma fotografia sépia. 

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