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A vinte e quatro de Março completou dez anos e a dezanove de
Julho chegou à publicação quatro mil. Disseram-me:
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– Também tu tens um blogue?
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Aqui há flores orvalhadas e outras na luz. Declarações de
amor e nunca ódio e ainda tristeza e negrum, que é fundo do que negrume.
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Vinham para ler amor e foram-se outros para ver no espelho
as feridas e mais, muito mais, sexo, por causa de imagens e palavras.
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Quatro-mil-quatrocentos-e-oitenta-e-quatro dias de
infotocopiável.
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Tanto quanto quatro mil anos. Para a frente, de hoje talvez
só a roda. De antes, lembrei-me:
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O Egipto do Império Médio e a Suméria a desfazer-se, rapidamente
em traço tosco.
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Misturando os dias como se mergulhasse e quase na areia um
golpe de tronco e pernas para a subir e entre o ir e o voltar de olhos abertos
ver agricultura e a casa e o inventário para depois poesia e antes ou depois a
pecuária, já o lobo era cão e o gato atrevia-se.
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Quatro mil anos são como quatro mil dias são e
quatro mil publicações.
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