digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, janeiro 02, 2016

O Tigre

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Quero ser comido por um tigre. Um tigre que tire da jaula e tenha o impulso que, por vezes, os gatos têm. Não se jogue à jugular, mas dê a honra de alcançar o coração batente com uma só e completa dentada – como se tivesse as mandíbulas das máquinas que colhem terra. E com essa que me cubram. E nela se espoje saciado e impunido, impunível, ronronando pelo favor e pela injustiça.

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