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Tiro no coração directo à cabeça. Nu no palco dum teatro
barroco completo de fantasmas boquiabertos sardónicos incrédulos vingados. As
pesadas flanelas de azul lindo, pleonasmo, de cena orlado de retorcidos
dourados sem se fecharem nem pano de encarno-escuro escarlate de tensão e
tragédia cair. Diante cair e não cair no fosso da orquestra que ausente tocava
uma solene e melancólica sinfonia te Deum réquiem e desejava sinos de finados
onde já não estivesse senão o corpo. Uma procissão de almas de negrume segurando
tochas como estrela polar dando passos cinzentos-negros no silêncio molhado outonal
e basaltos luzentes, num cantochão para o defunto nu no palco dum teatro
barroco.
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