digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, outubro 04, 2015

Como morrer – As eleições de 4 de Outubro – Declaração política

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Para não me aborrecerem neste fastio, poupo amizades e quaisquer gritos, digo-lhes o que não querem ouvir ainda que não oiçam o que não querem verdadeiramente escutar. Minto como quem diz e desfaz, na sensatez da incoerência e na inversão das verdades, culpo todos e condescendo alguns. A condescendência política é um insulto grave e se não percebem ou se fingem como um orgasmo, numa noite de afinal-já-não-quero-e-não tentes-e-não-me-chateeis-porque-bebi-em-demasia-e estamos-os-dois-a-mais-na-cama, são tolos, na última fileira do hemiciclo onde só têm de bradar indecências, ou cínicos como todos, porque os políticos são sempre todos. Há sempre alguém repara e conta. Vomitei o resto da paixão que iludia, definitivamente estúpido. Sei fazer contas e o bucolismo fica nas traseiras dos saguões e os países só morrem quando um fim-do-mundo acontecer.
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Nota: Texto escrito a 9 de Novembro de 2015, colocado no dia eleitoral.

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