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O cabelo é para sentir, para levantar quando a mão percorre
a nuca, às vezes seca e às vezes salgada.
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A boca beija. A boca bebe. A boca dá de beber. A boca
trinca. A boca diz as mentiras febris e as desdiz noutra conversa. A boca diz
as verdades. A boca grita. A boca geme. A boca sacia. A voz. A boca começa. Quase
sempre salgada. A boca extermina.
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O nariz engole. O queixo molha-se. O pescoço às vezes
salgado.
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Os seios não existem. Os seios são tudo. Os seios dão-me
todo e tudo e para mais. Nos beijos pequeninos, os mamilos são malmequeres. Um pouco
mais, uvas de vinho maduras.
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Como a pele não tivesse fim. O umbigo tem calor, aroma e
sal. A colina de Vénus, pele para tocar num mergulho sem dor, quase sempre
salgada.
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Carícias crespas. Carícias de seda-carne. O ácido subtil
saciante. Não há aromas iguais. Para mim, caramelo e ferro e junto aos lábios
sempre sal.
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Até ao fim ou apertado num abraço ou como trepadeira. Pés
lavados, dez brinquedos. Do fim aos lábios. E dos lábios à boca. Salgado.
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Antes de tudo mais. E no tudo mais. E depois do mais. E querer
mais.
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