digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, setembro 29, 2015

A luz

.
Se pudessem ser negras outra vez no silêncio picotado a distância segura, só os passos de sapatos de sola, olhar no empedrado branco e polido de Lisboa quase espelho da luz-a-preto-e-branco dos candeeiros, das paredes, do caminho, dos séculos-fantasma, o bilhete de ida do vinho que na cabeça, já sem importância a falta de dinheiro para o táxi.
.
Depois das escadas há uma cama para se deitar atravessado com pés no chão, que arrancam os aristocráticos sapatos, vestido de roupa a sair no desmazelo quando se está entre a vida, o sono, a morte e o sonho, se coragem os dentes lavados e nu despejado destapado.
.
Chovendo ou secas as pedras brancas polidas brilhando à luz-a-preto-e-branco as viagens parecem eternas, tristes finadas. Mais uma noite para rezar à amnésia e logo uma luz de apagar antes que se saiba do que.
.
.
.
Nota: Se alguém souber quem é o autor desta imagem, por favor informo-me, de modo a atribuir os créditos.

Sem comentários: