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– E se…?
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Disse-me no vácuo duma conversa por iniciar. Não chegou a
ser suspiro nem sussurro.
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– E se…?
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Repetiu e percebi que falava acerca de qualquer coisa a meu
respeito, não tendo como certa a minha existência além de.
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Uma conversa acabada, um pensamento solto, sem início. Eu estava
ali, não estando, suspenso do depois.
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– E se…?
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Tomei-me por excedentário e afastei-me duma fonte que se
recusava a secar-me a sede.
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Sou um homem-de-papel, personagem em letra impressa e
vontade imprecisa. Até onde se chega, quando um ponto final é sucedido pela
palavra fim. Não passo pela lombada.
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Ou isso, ou não entro por direito, intruso que se vale mais
do que dão.
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– E se…?
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Repetiu novamente, já estava no caminho do sair. Não parei
mais do que o tempo necessário para lhe dizer:
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– E se…?
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Olhou através de mim. A conversa terminara.
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