.
Farto de gente estúpida e como a culpa não é de ninguém, que
seja minha, pois poupo-me a prolongamentos e – já por previdente estupidez –
assumi minha qualquer coisa que ainda. Como nunca basta, estúpido ninguém é, pois
fique também. Não por adjectivo, por manifesta substância.
.
Ou isso ou pregar pregos de aço na parede com a testa. Dói
mais, mas passa-se a maluquinho. Toda a gente sabe que os malucos não têm culpa e
o seu problema não é de estupidez.
.
É claro que se fosse inteligente saberia que há formas de
pregar pregos de aço na parede sem ser com a cabeça. Se fosse inteligente e tivesse
literatura.
.
E se fosse inteligente, nunca teria culpa. Há sempre um
estúpido que salta de trás no borralho, como um coelho tolo, disponível para
arcar.
.
Se fosse inteligente e tivesse literatura.
.
Fico então no dilema entre o ser e o pregar prego de aço com
a cabeça.
Sem comentários:
Enviar um comentário