digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, julho 26, 2015

A culpa é sempre dos estúpidos

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Farto de gente estúpida e como a culpa não é de ninguém, que seja minha, pois poupo-me a prolongamentos e – já por previdente estupidez – assumi minha qualquer coisa que ainda. Como nunca basta, estúpido ninguém é, pois fique também. Não por adjectivo, por manifesta substância.
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Ou isso ou pregar pregos de aço na parede com a testa. Dói mais, mas passa-se a maluquinho. Toda a gente sabe que os malucos não têm culpa e o seu problema não é de estupidez.
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É claro que se fosse inteligente saberia que há formas de pregar pregos de aço na parede sem ser com a cabeça. Se fosse inteligente e tivesse literatura.
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E se fosse inteligente, nunca teria culpa. Há sempre um estúpido que salta de trás no borralho, como um coelho tolo, disponível para arcar.
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Se fosse inteligente e tivesse literatura.
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Fico então no dilema entre o ser e o pregar prego de aço com a cabeça.

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