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Está explicado o pessimismo e
o desalento, da insegurança e de ter de ter a corrente da trela solta – mas de ter trela.
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Está explicada a angústia
que vê desmentida, revolução e regurgitação da mistura de querer
e descrer.
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Está explicada a vontade de
condor no abismo do abismo, do medo, da bravata e do colo morno da mãe.
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Estão explicados os pesadelos
a preto-e-branco e os pesadelos eróticos de encarnado
obsessivo e azul ansiado.
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Está explicada a vontade de
partir janelas com o punho e por que esmurrei um prego.
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Não explica o número, mas a
rodopiação de tomar e não tomar e tomar e desejar não ter tomado e querer ter tomado mais, lamentar o tomado e lamentar o que não tomei, e em vez de pedir para
que me dessem banho à alma ter pedido que fosse ao estômago ou que deixassem estar, porque
não tinha importância, e não tem.
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Explica por que só a banana
pode ser amarela mas não explica a confusão da cor do meu sangue.
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Explica a impaciência em
explicar o óbvio e por que não me levam a sério e a impaciência em ouvir o fundamental.
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Explica o incêndio e o
naufrágio e por que gosto de fotografias a cores e por que gosto de fotografias
a preto-e-branco.
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Explica por que gosto de
saber tudo bem explicado e por que dispenso não perceber o inútil. Explica o aborrecimento, todo o aborrecimento, de qualquer fonte, de qualquer boca de qualquer.
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Explica o rigor da cor e do
traço e o desprezo pelos números, inúteis fora dos bolsos.
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Até veria mais. Confesso que
vi quarenta.
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Isso explica
por que tudo é ainda mais tudo do que escrevi, que as cores são mais do que
tudo, que os números são quadrados ou cúbicos ou redondos ou triangulares mas
só têm importância os que me faltam nos bolsos e que a realidade é a chatice
que obstrui o caminho para qualquer lado.
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Nota: Como não sei quanto tempo este artigo de O Observador vai estar disponível, transcrevo-o na íntegra.
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Veja quantas cores consegue distinguir
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Veja quantas cores consegue distinguir
As cores que consegue ver não são as mesmas que vê a pessoa
ao seu lado. Tudo depende do número de células receptoras que cada um tem. Veja
que tipo de visão é a sua.
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Este é
um teste produzido pela especialista em neuro-marketing, Diana Derval. E é
muito simples: olhe para a imagem abaixo e conte quantas cores distintas –
incluindo variações – consegue distinguir. E assim vai conseguir perceber o
número de cones (células receptoras da cor) tem em cada olho. E que tipo de
visão é a sua.
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Resultados
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Menos de 20 cores
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É
uma pessoa dicromática. E não lhe estamos a chamar nenhum palavrão: significa
que só tem dois tipos de células receptoras da cor. Não é caso raro: um quarto
da população – tal como os cães – é dicromática. Tendem a vestir cores
mais escuras, de acordo com Diana Derval.
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Entre 20 e 32 cores
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Pela lógica, é uma
pessoa tricromática, isto é, tem três tipos de células receptoras da cor. Está
entre a metade da população mundial que consegue distinguir este mesmo
número de cores. Por norma, vêem com melhor facilidade os azuis, violetas,
verdes e vermelhos.
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Entre 32 e 39 cores
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É uma pessoa
tetracromática, tal como as abelhas. Tem quatro tipos de células
receptoras da cor. Custa-lhes um pouco olhar par a cor amarela.
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Mais do que 39 cores
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Das duas, uma: ou
contou mal as cores ou então é um crustáceo. A imagem só tem 39 cores visíveis
ao olho humano (mais que isso só tais animais) e é muito difícil alguém
conseguir ver mais que 35.
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Esta é mais uma
imagem que prova as maravilhas do corpo humano, diz o La Voz del Muro:
os olhos são órgãos com um espetro de visão reduzida. Pelo que só conseguimos
ver entre os raios ultravioletas e os infravermelhos. E isso basta-nos para
distinguir cores e texturas no dia-a-dia.
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