digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, junho 24, 2015

Chewing gum

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O passado é uma chatice, que não largo por arrependimentos e somo aos tédios de hoje. Não posso esperar por mim, ora chego cedo ou sou incapaz.
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É assim e é piroso:
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– A ansiedade é macia, uma pomba assustada batendo asas nas entranhas do corpo, mente e alma.
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O meu sono é escarlate. O meu sono é negro. No alto, o britango aguarda o desfalecimento e a pomba inquieta-se. Paro de respirar, respiro antes que o espírito se vá embora.
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É uma chatice, o passado. Somo-lhe os tédios e prometo-me os dias felizes que sei impossíveis.
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Digo com a cabeça:
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– Diz a Juno que quero soalheiro suave e uma brisa decidida, que com jeito leve o que a ventania é incapaz, a agonia entediada.
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Nem tudo o que se faz e pode ser feito. Na racionalidade o digo.
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Digo e não sei da racionalidade, se ficar ou de ir.
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O tédio indeciso é pastilha-elástica agarrada.
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Nota: O mundo está para acabar! Escrevi um título em inglês…

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