digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, agosto 23, 2014

Azul, branco, cinza e verde que dá

Se o mar acabasse. Se o mar se acabasse o que ficaria no seu lugar. As palavras são invisíveis. O eco no fundo, talvez telúrico. Onde ficaria o azul e que outra coisa em seu lugar se poria. Que luz, que noite.
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Medo, como a mãe – nunca a quererei ver nua. Se o mar acabasse.
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Haverá azul sem mar? Sangue, futebol e bandeira. A cor mais bonita. O mar azul e branco, como o vento visto do espaço.
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Mergulhos, gargalhadas e pirolitos. Peixe, medo, naufrágio e viuvez. Ainda teríamos alma, melancolia para despejar na areia. Sem ondas, lágrimas por lavar, secas pelo vento que taparia as confissões.
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O que seria do vento e da luz. As auroras, os meios-dias, os entardeceres e as noites. As estrelas, e a cor do céu nocturno sem mar. O que se faria no mundo do mar?
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Sem o quebrar das ondas. Que música se faria sem mar. Azul, branco, cinza e verde que dá. 

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