Se o mar acabasse. Se o mar se acabasse o que ficaria no seu
lugar. As palavras são invisíveis. O eco no fundo, talvez telúrico. Onde ficaria
o azul e que outra coisa em seu lugar se poria. Que luz, que noite.
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Medo, como a mãe – nunca a quererei ver nua. Se o mar
acabasse.
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Haverá azul sem mar? Sangue, futebol e bandeira. A cor mais
bonita. O mar azul e branco, como o vento visto do espaço.
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Mergulhos, gargalhadas e pirolitos. Peixe, medo, naufrágio e
viuvez. Ainda teríamos alma, melancolia para despejar na areia. Sem ondas, lágrimas
por lavar, secas pelo vento que taparia as confissões.
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O que seria do vento e da luz. As auroras, os meios-dias, os
entardeceres e as noites. As estrelas, e a cor do céu nocturno sem mar. O que
se faria no mundo do mar?
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Sem o quebrar das ondas. Que música se faria sem mar. Azul, branco, cinza e verde que dá.
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