digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, junho 04, 2013

Praga e piedade






























A boca é uma nascente. A mais pura não vem de cima, mas do meio, às vezes do fígado.
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Que chores sempre que te lembres. Que te doa o meio da alma. Que arranques os cabelos.
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O que te disse de doce será diabetes. O que disse de mal saberás quando te julgares livre.
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Os beijos chegaram-me ao coração e vivi. Com a ausência, septicemia.
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O corpo vive fantasma. Depois de passar, penar ainda mais, até que a eternidade se esqueça.
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Dor de horizonte ao entardecer. O silêncio das rochas no mar.
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Lágrimas pela piedade da vida que se cala ao entardecer.
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Todo o choro que se tem. Todo o fingimento. Toda a dor que não tem nada a ver e se vai buscar para chorar mais.
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Despedida e derrota. Dias amarfanhados. Até uma alegria e outra tristeza. Por diante.
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Despedida de bílis. Faltando o sangue, sonhando a morte.
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Sem insulto, só pena: a minha; e inveja de ti, sempre feliz.

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