digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, junho 17, 2013

Duas pessoas, um texto estúpido e duas imagens



Se te tivesse conhecido noutra vida... fora num tumulto qualquer, com reis guilhotinados. Nesta, sou morto para te amar e tu sempre em comícios.
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O que gosto em ti? Essa raiva de construir, que tem tanto de leite. Se te sonhasse, seria de ternura profunda e acção, como os gatos.
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Não te conheço... o que importa, se és actriz? Tenho o mesmo direito de sonhar.
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És do mundo e engano-me noutro lado qualquer. Gostava de te encontrar entre Vénus e Marte. Se, pelo menos, tivessemos entrecruzado o olhar.
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Sem que nos entrecruzassemos no olhar...
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És uma viúva negra. Querendo ter-te, sabendo-te o perigo, suicidar-me-ia em tesão.
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Quem tem no mundo um caminho, nunca poderá amar quem não quer seguir caminho algum.
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Quem vê passar, pode sempre desejar quem deixou para trás o aroma duma forte vontade.
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Nunca pediria que me amasses, porque nunca se pede e amo paisagens quietas. Mas invejo quem luta e com quem se deleita.
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Vistas de negro, de escarlate, d’ambas, doutra cor qualquer, tens na voz a locução da guerra. Vista-me do que for, terei sempre os olhos submissos.

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