Via-te novamente nua, com a novidade que a saudade confere. Fazia
amor em arrepios, porque tomados por fantasmas os corpos não descansam dos
medos adquiridos pelos dias.
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Faria amor como quem vomita o veneno que nos demos. Faria amor
como a despedida que ficou por fazer.
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Há qualquer coisa de passado em todos os futuros. Há qualquer
coisa que nasce quando alguém morre. Só o amor divino não tem doença nem
defeito.
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Daria o que não tenho por um mergulho suicidário que me
rejuvenescesse. Daria a vida para voltar
a viver. Daria esta vida por uma que valesse a pena. Daria tanto por um beijo
num prado de solidão e melancolia.
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Beijaria a gruta mãe que todas as mulheres têm, fonte de
generosidade. Como quero adormecer na tarde do silêncio e acordar numa manhã
com aroma de maçãs.
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Quendera morrer no acto do amor, na ebulição do prazer e na
dor tão boa. Numa ilusão de amor, numa verdade de carne, suor e beijos.
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Perder-me de sono e acordar noutro amanhã. Saciado de
saudades, lavado de nudez. Pronto a renascer de amor imperfeito.
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