digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, maio 21, 2013

Ópio-sonho

Via-te novamente nua, com a novidade que a saudade confere. Fazia amor em arrepios, porque tomados por fantasmas os corpos não descansam dos medos adquiridos pelos dias.
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Faria amor como quem vomita o veneno que nos demos. Faria amor como a despedida que ficou por fazer.
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Há qualquer coisa de passado em todos os futuros. Há qualquer coisa que nasce quando alguém morre. Só o amor divino não tem doença nem defeito.
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Daria o que não tenho por um mergulho suicidário que me rejuvenescesse.  Daria a vida para voltar a viver. Daria esta vida por uma que valesse a pena. Daria tanto por um beijo num prado de solidão e melancolia.
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Beijaria a gruta mãe que todas as mulheres têm, fonte de generosidade. Como quero adormecer na tarde do silêncio e acordar numa manhã com aroma de maçãs.
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Quendera morrer no acto do amor, na ebulição do prazer e na dor tão boa. Numa ilusão de amor, numa verdade de carne, suor e beijos.
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Perder-me de sono e acordar noutro amanhã. Saciado de saudades, lavado de nudez. Pronto a renascer de amor imperfeito. 

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