digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, setembro 08, 2012

Ainda és? E já não estando...


Sentado num plano com o pôr-do-sol à frente e a noite compacta de estrelas atrás. Deus num lado e a facilidade do outro. Com o olhar não meço horizontes e a incerteza dos passos não me move os pés. Por vezes enterro os pés neste tédio de incertezas. Outras nado na felicidade de tudo.
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Costumavas estar aqui, mas foste. Conversas levaram-te. Ou afinal nunca aqui estiveste. Sei que estiveste. Disseram-me, explicaram-me e julgo ter percebido. Foi o teu corpo, ficaste tu. Só cheguei agora. Invisível? Invisíveis.
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Dizem que me culpabilizo. Não me perdoei, reconheço. Mas não tem nada a ver, não é por isso que te perdoo. Não tem mesmo. O teu engano não magoa. Se magoasse? Perdoar-te-ia como me perdoaste. Sem remorso e sem comércio.
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Talvez, se passar na rua, só te conheça o retracto. Além dos sonhos sei da tua bondade. Nos dias que passam mudaste. Desvias-te dos compromissos com Deus, talvez por amor a um homem.
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Essa é a tua vida. Se estás num cruzamento? Estou num plano de infinitos e aqui não passam estradas. Se estás em qualquer outro sítio? Não saio daqui. Se queres o que não dizes? Não te oiço e não te vejo.
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Explicaram-me e acreditei. Tenho todo o mundo para ir, mas nele não te encontrarei. Estou e só te sei depois do pôr-do-sol.
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Lavo os olhos no presente, colho flores e fico. Tenho todas as incertezas, menos uma: não estás aqui.
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Tudo à volta. Agora volto-me para dentro e regresso ao dia normal.

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