O teu arder doce reluz na dança, mesmo quando não danças. Há
fruta e vinho e movimento ébrio. O cheiro do suor como o do sexo, mas sem o
odor do sexo, do mesmo prazer. Já reposta, os pés ainda dançam depois do fim do
baile. O baile é um sítio como um teatro, mas sem cortina de veludo pesado e
carmim. Vermelho no rosto e água no corpo, nos olhos uma flâmula; esses olhos
de morrer por tanta vida. Há quem dance e quem só descanse, quem conheça o
sabor da fruta e quem também a coma. Na vida somos actores, alguns também
bailarinos. E em ti, até esses olhos de chama dançam.
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