digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, julho 20, 2012

Casa-mundo
















O meu lugar é onde não há ninguém. Não quero o mundo, que fiquem com ele. Bastam-me as paredes, as coisas, o tédio e o tempo de sobra. Lá chove e aqui há vinho. Lá faz Sol e aqui há vinho. Quando é Inverno há sono. Quando é Verão há gin. Nos outros tempos há dias incertos, mas dias de incerteza são todos os dias. Vivo na casa, nos outros dias estou como o mundo. Lá fora há calor e aqui janelas abertas. Tanto cá como lá, calor e frio, noite e dia, música e tédio. Na verdade não se passa nada, tanto cá como lá. Até a agitação da rua é igual à agitação doutro lado qualquer. Como tudo, já aconteceu em algum lugar. É uma das poucas certezas.

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