digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

(...)

Cabelos finos, castanhos, entre os dedos, a pele desagasalhada entre os lençóis. Pacata de ombro à solta. Varrida pela borrasca de língua e dedos. Rangendo os dentes como a madeira fustigada pela chuva, gritando como a janela que se parte, batida pelo vento. A bonança depois dos gritos tem molhadas todas as polegadas, o prazer de muitas léguas. Tudo desarrumado, no corpo desguarnecido que, finalmente, se sente capaz de se tapar.

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