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Por que
não a ausência? Se em vez da presença obsessiva, mas ausente e impositiva, me
tivesse abstinente de qualquer lembrança. Já que esqueceste tudo, apenas
recordas a marca tatuada, para quê lembrar o corpo morto, que, sem feder, assalta, fantasmagórico, nas noites de solidão ou pesadelo? Ainda que não tenha
cadáver, tenho espectro, plasmado e luminescente, voando, aparentemente errático,
a entrar-me nos sonhos, a despertar-me dos sonos. Por que não a ausência? Ainda
assim, mais acompanhado do que mal só. Por tudo, afasto os fantasmas, com orações.
Mas deixo um fino cordão, para que não voem para longe.
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