digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, janeiro 04, 2012

Fantasma voando

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Por que não a ausência? Se em vez da presença obsessiva, mas ausente e impositiva, me tivesse abstinente de qualquer lembrança. Já que esqueceste tudo, apenas recordas a marca tatuada, para quê lembrar o corpo morto, que, sem feder, assalta, fantasmagórico, nas noites de solidão ou pesadelo? Ainda que não tenha cadáver, tenho espectro, plasmado e luminescente, voando, aparentemente errático, a entrar-me nos sonhos, a despertar-me dos sonos. Por que não a ausência? Ainda assim, mais acompanhado do que mal só. Por tudo, afasto os fantasmas, com orações. Mas deixo um fino cordão, para que não voem para longe.

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