É a dançar que te sei dos segredos. Escondidos, entreolhando
tímidos os meus olhos descarados e curiosos. Não falo dessas partes óbvias do
prazer, mas doutra coisa, mais frágil, quase omissa… não sei definir. São
segredos. Luzes invisíveis, que iluminam, olhos e boca, e te inebriam, e
inebriam quem te vê dançando. Felicidade tão certa, em gente distraída. Segredos
que vivem nas fotografias e ficam na recordação fugaz duma noite sem mais de
memória. Segredos como os dos bosques, dos luares, dos verões e da paixão. Segredos
de diabo cocegueiro, amante seguro. Segredos que escondem o odor do suor da
dança e caçam a respiração, fogos de artifício de estrelinhas, espirais e cornucópias,
em cores claras e amor-vontade. Segredos que a chuva leva e as canções
recompõem. Nem fazendo amor se revelarão. Ainda bem, são segredos.
Sem comentários:
Enviar um comentário