Um coração grande em corpo pequenino é ainda maior. Por isso, o abraço é a obrigação desobrigada. A gratidão de ser, além de estar ao lado. Um sorriso é justo, dois, mais justo será. Um mais, pelo menos, não irá sobrar.
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Um amor numa alma sofrida é ainda maior. De tanto abandono
vem a vontade de dar. Quem sabe se ainda mais. Pela bondade dos olhos, menos
não será. Gratidão? Não, justiça. Se todos merecem ser amados, os que sofreram
justificam uma eternidade beijada.
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A presença após a grande ausência é ainda mais cheia. Não há
sombra que resista a tanta luz. Vinda de frente, dos lados, de cima e de baixo,
das diagonais, de todos os ângulos, de todas as dimensões, de todos os lados. O
amor enche de luz as multidões. Ainda que traga o desejo, paixão da terra e da
carne, a vontade despertada ilumina o que o mundano retira dando penumbra.
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As ternuras depois dos gritos são ainda mais doces. Agora,
gritos só os do prazer. A tesão há tanto tempo contida… do calor à carência… da
carência ao calor. Que se dêem as mãos e os olhos se encandeiem em qualquer
sítio, os beijos que nunca fiquem por dar. Todos os abraços e o que mais
apetecer, desde que seja por amor.
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Não sei o que é amar. Não diferencio, em perspectiva, o prazer
de estar com a eternidade de ser. Numa dimensão bidimensional, só se distinguem
as cores, que um cartógrafo pintou. Um sítio, num sítio qualquer, tem sítio
para mim, para ti e para todos. Chamemos-lhe amor merecido, amor devido, amor
desejado.
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Marimbo-me para as duas dimensões das letras, sei que, em concreto, há um sítio de amar e quem se possa amar. Quem mais deu e mais perdeu tem mais a quem amar.
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Marimbo-me para as duas dimensões das letras, sei que, em concreto, há um sítio de amar e quem se possa amar. Quem mais deu e mais perdeu tem mais a quem amar.
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