Dizer-te o quê? Que me ouvirás, com esses lábios vermelhos? Toda
a beleza recatada atrás duma pintura, que mais não faz do que sugerir a beleza
que lá está.
.
Sim, a curva do pescoço. Sim, os olhos revirando-se. Sim, a
sabida pose inocente. A indecorosa postura que convida à alcova.
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Qual fragilidade, quando tem o mundo? Que importa o corpo,
quando é mais forte a alma?
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Joguete ajoelhado. Dizer-te o quê? Desarmado pelo desamor…
desarmado pelo amor… desarmado nessa luta contigo, em que a frágil sensualidade
é mais forte que a força viril.
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Dizer-te o quê? Desarmado por esses lábios vermelhos,
armadilha de delícias.
.
Esses lábios sugerem beleza e, na verdade, timidamente
descarados, disfarçam-na. Caio sempre… criado de mim mesmo, servo de minha
senhora e escravo do amor. Dizer-te o quê?
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