digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, setembro 10, 2011

Dizer-te o quê?



















Dizer-te o quê? Que me ouvirás, com esses lábios vermelhos? Toda a beleza recatada atrás duma pintura, que mais não faz do que sugerir a beleza que lá está.
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Sim, a curva do pescoço. Sim, os olhos revirando-se. Sim, a sabida pose inocente. A indecorosa postura que convida à alcova.
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Qual fragilidade, quando tem o mundo? Que importa o corpo, quando é mais forte a alma?
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Joguete ajoelhado. Dizer-te o quê? Desarmado pelo desamor… desarmado pelo amor… desarmado nessa luta contigo, em que a frágil sensualidade é mais forte que a força viril.
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Dizer-te o quê? Desarmado por esses lábios vermelhos, armadilha de delícias.
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Esses lábios sugerem beleza e, na verdade, timidamente descarados, disfarçam-na. Caio sempre… criado de mim mesmo, servo de minha senhora e escravo do amor. Dizer-te o quê?

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