digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, agosto 21, 2011

Outubro em Agosto


















Há sempre um abraço que fica por dar. As despedidas tristes escondem minutos felizes. O vento apaga as velas, a luz perdura na memória. Há abraços que têm de ficar por dar, para que as despedidas tristes não sejam mais tristes e possam prometer alegrias. O vento leva as lágrimas e os olhos molhados reluzem amizade devida.

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Nota 1: Repararam na luz bela e triste, outonal, que caiu no final da tarde em Lisboa? Outubro. Tempo permitido à tristeza.
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Nota 2: Dedicado à Janis Joplin da Inês.

4 comentários:

Anónimo disse...

Janis de olhos muito molhados...

Medo disse...

O vento não leva as lágrimas, nem as evita: seca-as. Não são os olhos molhados que reluzem a amizade, são os olhos brilhantes. E o brilho raramente vem das lágrimas.

Rita disse...

(Medo de?...)
O brilho pode beber de muitas fontes. A amizade não é devida, é oferecida, recebida, conquistada, descoberta... Abraços que ficam por dar é algo que não me faz sentido: a vida é curta e quando as pessoas importantes se vão fica muitas vezes o sabor amargo de tudo o que não dissemos ou fizemos. Agosto em agosto... porque não?

Anónimo disse...

Porque, nesse caso, Janeiro em Janeiro seria demasiado angustiante