digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, junho 20, 2011

Quietação


















Olhos de doce inquietação e quieta doçura. Sorriso de ninar, mãos de carícia e voz de enlevar. Bondade transparente, corpo flutuante.
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Feitiço sem bruxa. Sensualidade de fumo e carne de desejo. Amor como quem faz amor. Dedicação de alma como se o amor fosse o único, verdadeiro ou o maior.
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Fantasma sem forma. Fumo que entra pelo sonho e quase muda a vida. A ternura dita por uma mulher terna. A ternura eterna.
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Mãe de alguém, alguém tão doce que só pode ter uma mãe como ela. Sem excesso e tudo o que pode dar uma mãe. A timidez ousada das mães.
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Faz amor com o amor que dão as mães. Toda a doçura da mãe ninando, tão verdadeira. Ansiosa e sensual como as mulheres que não são mães. Sôfrega como as mulheres que querem e beijam querendo, dizendo que não com a boca.
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Faz amor, com todo o empenho da segunda vez. Com os beijos quentes de quem foi deixada a meio de amar. Uma lindeza de perder.
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Olhos, sim, com toda a bondade. Boca, sim, do desejo e da verdade. Corpo, sim, do prazer e reconquista.
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Como esquecer? Os olhos doces de quem ama, ainda que não amando. Quieto desassossego. Desejo de muitos dias a desejar.
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Todo o mundo, uma mulher, uma mãe. Toda a vontade de amar.
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O meu beijo pairando pelo desejo de o agarrar, pela moça dos olhos de doçura.

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