digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, março 25, 2011

Jura

Se tudo tem um começo, que o começo seja aqui. Agora, no momento em que de olhos postos no outro dizemos, de olhos fixos, sem olhar os lábios, mas sabendo-os quase a sorrir de solenidade, que é importante começar. De olhos frente a frente e hálito a tocar no hálito, promessas de gente madura, a imponência em que os momentos sem importância ficam grandes. Só a imaturidade condena a imaturidade, como os arrogantes culpam a simplicidade. Que seja aqui a fonte de tudo o que está por diante. Prometo e exijo garantia de que as palavras sejam precisas e se leiam em letra e não em espírito. Granito é granito e o coração uma outra coisa. As palavras são prova se de chumbo ou de sólida consistência. Frente a frente, palavras de hálito a hálito. As juras de amor são rendilhados de pedra, luz de consolo no Inverno, luz de vitral no Verão, palavras sérias de conversa mole. Que comece assim a proclamação do meu amor, com sujeito e vontade. Faço tudo o que se espera, deve, promete, deseja e sonha. Faço tudo! Pelas regras e fora delas. Porque sim, porque é o destino. Faço tudo! Quero já, só não tenho quem.

2 comentários:

Rui disse...

é metade do caminho feito, por vezes até a mais sinuosa.

Rui disse...

o mais sinuoso a mais sinuosa o mais sinuoso = faringite com febre a escrever.