digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, outubro 03, 2010

Mulher-gato

Os gatos não miam assim, são mais subtis. Tal como quando ela não olha para mim. Imagino o calor da boca e do odor da respiração, tão fresco e higiénico. Com patinhas de lã os gatos saltam para cima de quem gostam, como imagino que ela fizesse comigo quando, semi-adormecido, esperasse por ela na cama. Quase sei a temperatura de pele e a forma como se deita. Miau. Sou rato dum gato que não sabe se vai ser caçado, mas que gostaria muito. Gato de cidade não caça, mas gosta de brincar. Basta-me.

Sem comentários: