digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, maio 18, 2010

Queda serva

Não tenho certezas. Deixei-me disso quando a vida me atropelou. Certo, pouca coisa… e talvez já sejam demasiadas. Deus, que nunca vi, Cristo, que nunca me falou, e o amor por uma mulher numa outra vida.
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Quando me empurraram vida abaixo julguei que haveria um momento em que me estatelasse no chão, numa dor profunda e cega, capaz de matar, depois de muito sofrer e de temperar a carne com dormências.
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Quando me empurraram vida abaixo julguei que bateria no fundo. Ainda não bati. A vida continua a teimar na queda e, no escuro, não vejo onde me agarrar. Ainda que visse não tenho forças para me levantar.
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Só um elevador me fará subir. Ou uma outra vida. Ou uma mão benigna de anjo. Continuo a cair, agora com a angústia dos suicidas de se jogar para o abismo. Continuo a cair, desejando o embate que me leve. Que me leve a dor aturdida, que antecede a dor brutal do impacto no chão.
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Continuo a cair. Em mim não há sono que me vença, para que sinta cada momento do desgosto. Continuo a cair na desilusão. É uma outra certeza… e a incerteza é se pararei de cair.
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Continuo a cair.

1 comentário:

Luiza Maciel Nogueira disse...

somos dois

ahhhhhhhhhhhh...:)

beijos