digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, abril 27, 2010

Quietude

A fonte dos enganos tem água límpida, disfarça-se melhor na transparência. A água que brota em sobressaltos é mais justa do que a tranquila, porque não se deixa morrer nem desmaia, desistente. Luta, porque tem de viver. Beija-se melhor na companhia do borbulhar do que na pasmaceira e do chilrear pequenino. Mas sou cinzento e quieto, descuidado desfaleço, aprontando a morte na tristeza dos nevoeiros. Não beijo, apenas junto dos lábios e humedeço os outros.

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