Eu que gosto mais dos alemães sentei-me a ouvir Verdi.
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No prato bacalhau à Braz acabado de fazer, com parcelas mínimas queimadas, que fazer um jantar sozinho é obra para muita gente.
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Sala morna, porta fechada e cortinas corridas. Atrás da música não se ouve a chuva. As gatas entram e saem quando querem, nada exigem.
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Oito velas acesas na casa, nem mais luz. Um vinho branco com vida e frescura certa. Pimenta preta na mesa.
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Incenso de sândalo, para temperar aromas de prato. Gesto de fumo, oriental, o exotismo obrigatório num jantar de amor.
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Toalha vermelha com limitados quadrados a branco. Guardanapo às riscas, azuis e brancas. A memória dum passado, recordações de mesa.
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Depois do jantar, um jogo de cartas, paciências. Baralho novo. À primeira perco. À segunda a mediocridade. É sorte ao amor que aí vem.
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Há amores que não valem este jantar.
2 comentários:
E há jantares que não valem esse amor.
absolutamente
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