digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Sopros

Não sinto. Além deste corpo. Projecção falhada.
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À frente um sopro forte de Outono. Antes fosse. Por aqui, agora é Inverno. Porém, as árvores ainda não estão todas despidas.
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Para quem a arrumação é uma necessidade, o Outono baralha-lhe a paciência. Como conciliar a beleza com o caos? Contudo, o horror ao vazio não se sente.
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Tiveras eu o jardim da casa que anseio e a invernia teria um estatuto de ainda maior deleite. No Outono ficaria mais nostálgico.
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As vedações e muros não contêm o abraço de folhas caídas. Nem o assoprar. Esse é, aliás, um dos prazeres.
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Há poucos amores como o vento. Suave, intenso, quente, frio, seco e húmido. Não tem marasmo nem tédio.

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