digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, janeiro 16, 2010

Reencontro





















Jurar as palavras todas para que as possa renegar. Falar para não suportar o silêncio. Abraçar as paredes à falta de um tronco para o fazer.
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Tinhas olhos verdes. Quando me lembro reparo que eras uma miúda. Tranquila e doce. Tinhas a pele macia e lisa, sem pressentimento de rugas.
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Tantos anos passados e resta essa imagem, que hoje, por certo, não é a certa. Gostava de te ver as mãos. Dizem que as pessoas de olhos claros envelhecem muito nas mão.
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Não para te recriminar. Não para te lembrar do tempo de antes visto do agora. Apenas para te saber e saborear depois de tantos dias.
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Havias de me ver. Sem mulher nem filhos. Sem solidão ou excesso de presenças. Nem solidão ou excesso de presenças. Como se fosse possível ter antagonismos desses.
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Não ganhas nada em ver-me. Só se tiveres a mesma nostalgia dos abraços antigos e a curiosidade acerca da passagem do tempo. Se assim for, valerá a pena um reencontro.

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