digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, janeiro 12, 2010

As tempestades, entre várias

Se tudo lá fora é borrasca, por que em mim é calmaria?
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Se tudo lá fora é quietude, por que em mim cantam os pássaros do anoitecer?
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Se não fosse a tempestade, nada mais teria aqui que fazer. Não fiquei preso e inquieto, cercado pelo temor do regresso da chuva e do vento, amedrontado pela lama. Estou, porque aqui está o odor da vida e o húmus agarrado aos pés.
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Lá à frente pode haver cidade ou bosque, aqui há um anoitecer como os solavancos depois do choro.
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Aqui não há medo, só desejo de que não venha demasiado frio à escuridão que se aproxima. Por mim passo a noite a ver a chuva chegar e partir.

2 comentários:

Luiza Maciel Nogueira disse...

Lindo!

beijos

João Barbosa disse...

obrigado :-)