digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, setembro 26, 2009

Juras





















Jura. Jura que me ouves até ao fim e que farás o teu juízo, sem direito a ponderações nem a recurso.
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Juro que deixarei de te amar assim que me deixes de sentir. Juro que não mais te trairei. Juro que te serei leal.
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Juraste que me amarias para a vida. Depois, juraste que deixaste de me amar. Prometeste amizade eterna, mas nem distância pedes, impões uma parede de gelo e silêncio.
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Jurei que te compreenderia o silêncio. Jurei que faria como queres. Julguei ser forte, mas sou cobarde. Não amo, mas dependo.
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Jura que me ouves mais uma vez, que o farás até ao fim, sem preconceito, sem decisão tomada, de coração aberto e mente desperta. Jura-me isso. Serei longo, como compete aos desesperados.
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Jurámos tantas vezes tantas coisas e poucas podemos já contar e saber. O que nos resta é a certeza dum tempo e mágoas das discussões por ganhar. Não vale a pena. Tudo isto está no fim. No fim do fim, no fim depois do fim.
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Juro que de bom grado te daria um abraço, enquanto suspirasse de remorsos, comoção, choro e desconforto. Juro, como pedi desculpas por tudo. Juro! Mas estamos muito além da vida. Estamos além da morte. Somos muitas vidas. Temos muitas vidas. Não será esta a última.

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