Tu eras simples, quase arrogante. Doce quase tanto quanto fria. Um doce de miúda, insegura e terna, dedicada e ingénua, entregue ao seu novo e primeiro verdadeiro grande amor. Combinámos na estação e na estação apareceste. Deixei-te na cama e lá tive o bilhete da despedida por umas horas. Passaram dias e anos, entre crises e euforias, dores e consolos, abraços e desejos. Um dia quando tudo ficou sereno partiste com um sorriso triste e, até hoje, poucas mais palavras me disseste. Fiquei ainda mais triste. Porque, pior do que perder um grande amor é perder a pessoa a ele agregada.
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