digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, agosto 11, 2009

Arte

Devia haver uma lei, mecanismo natural automático e censura pública global a quem compra ou tem arte fechada num cofre. Os investidores não gostam de arte, mas do valor associado a uma assinatura e, na melhor das hipóteses, ao estatuto social que a arte proporciona. Não importa nem a qualidade nem o gosto pessoal, mas o valor que a sociedade atribui a uma obra e um autor. O investidor não está preocupado em gostar ou compreender a arte, pois sabe que o que gosta e compreende é o dinheiro e o mercado. A sociedade que fixa os preços é composta, na maioria, por financeiros, investidores e uns poucos apreciadores. Basicamente, o mercado alimenta-se. Os investidores especulam para si próprios. Nem para decoração devem querer a arte, pois o seu prazer (clítoris e pénis) está no bolso.
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Por mim, tanto me dá. Gosto do que gosto e fico feliz com o que compreendo ou julgo compreender. Não tenho dinheiro para comprar arte, mas talvez tenha mais objectos de arte em casa do que muitos investidores de arte. Não sei, não conheço nem quero conhecer essa gente.
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Nota: Instalação de autor não identificado.

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