Não me apetece música com refrão. Nem dias de Sol sem praia. Nem namoradas invisíveis. Nem amigas coloridas. Nem amigas imaginárias.
.
Deixei os meus dias na década de oitenta. Perdi a inocência na década de noventa. Perdi as ilusões na primeira década do século. Serei absolutamente adulto na segunda decúria. Sem saber o que fazer da vida. Como todos, sem saber da vida.
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Já não vou a festas na praia nem tenho convites para todas as celebrações da cidade. Perdi uma fortuna em coisas sem sentido. Estou na recta para um infinito, retroceder não é opção e a esperança uma ausência. Um rádio mudo no oceano.
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Tenho a cabeça onde a deixei há uma década. Tenho inveja dos anos antes e nostalgia pela adolescência. Sem senhora nem escrava ou parceira.
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Não me apetece música com refrão e já não se usa sem. No Verão sem praia, sem futuro na cidade e sem vontade.
.
Mais uns meses e terei a idade sem retorno para ser adulto pelo padrão moderno. Há muito que poderia ser pai. Mas a vida. Mas a vida. E até agora para chegar à maturidade. Toda esta vida. Uma vida de refrões. De lugares-comuns. De objectivos. De fracassos. O zero quase absoluto. Nem no zero!
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Deixei os meus dias na década de oitenta. Perdi a inocência na década de noventa. Perdi as ilusões na primeira década do século. Serei absolutamente adulto na segunda decúria. Sem saber o que fazer da vida. Como todos, sem saber da vida.
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Já não vou a festas na praia nem tenho convites para todas as celebrações da cidade. Perdi uma fortuna em coisas sem sentido. Estou na recta para um infinito, retroceder não é opção e a esperança uma ausência. Um rádio mudo no oceano.
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Tenho a cabeça onde a deixei há uma década. Tenho inveja dos anos antes e nostalgia pela adolescência. Sem senhora nem escrava ou parceira.
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Não me apetece música com refrão e já não se usa sem. No Verão sem praia, sem futuro na cidade e sem vontade.
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Mais uns meses e terei a idade sem retorno para ser adulto pelo padrão moderno. Há muito que poderia ser pai. Mas a vida. Mas a vida. E até agora para chegar à maturidade. Toda esta vida. Uma vida de refrões. De lugares-comuns. De objectivos. De fracassos. O zero quase absoluto. Nem no zero!
3 comentários:
Texto bonito. Sentido. Creio. Eu senti. Não digo mais nada.
Obrigado :-)
Sempre que vejo uma pedra da calçada a chorar, contorno-a. É que, desajeitada como sou, se não o faço acabo inevitavelmente por cair.
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