digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, junho 09, 2009

Jantar de nove de Junho de dois mil e nove





















Como a sopa da pedra, hoje vou juntar ingredientes, que fui adicionando à lista, que não foi feita. Uns atraíram outros e outros lembraram-se de amigos. Sem ideias do que fazer para o jantar, sem apetites especiais nem frémitos incontroláveis de cozinhar, tudo se somou num padrão de aparente caos. Como os miúdos quando decidem pôr-se na cozinha: vão à despensa e tiram tudo o que lá há e põem ao lume com mais qualquer coisa dentro. Assim estou eu.
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Com os amigos a mesma coisa. Era para ser um jantar romântico só para mim e uma namorada inventada. Depois ela deu-me com os pés e nenhuma idealizada veio socorrer-me. Por isso, tive de convidar mais gente, não fosse eu só ser uma multidão para mim mesmo. Chamei o Faísca, que aceitou prontamente. Chamei o Adamo, que após ligeiríssima hesitação disse que sim. Lembrei-me da sua namorada, que está em dia de ter filha, e lá vem ela mais a cachopa. Por pouco não vinham mais dois. Só não se abancam porque não há mais lugar à mesa. Vontade e comida não faltam.
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Posto tudo isto, que confusão vou pôr ao lume? Nada de especial. Massa penne, cuja designação em português desconheço, o que é uma vergonha. Não me apetece gastar uma chamada telefónica para indagar, junto dos meus pais, que disso, massas e língua portuguesa, sabem tudo, qual o nome verdadeiro que por cá se dá. E que raios! Por que razão não traduzem logo? Aborrecimento!
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Dizia: massa pene, que é tipo do macarrão, um cilindro oco, sem estrias, fino e cortado nas pontas na diagonal. Junto-lhe cogumelinhos fritos em azeite e alho. Somo-lhes uns pinhões tostados. Adiciono-lhes toucinho entremeado passado na frigideira, quase sem gordura para fritarem. Depois disso tudo, barro a massa com pesto, que é um molho de manjericão e pinhões, entre outros ingredientes. Por cima vai colocar-se Queijo da Ilha ralado.
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Para sobremesa há bolo de coco com chila, framboesas e amoras. Chega? Chegará certamente. Para finalizar, mesmo, sirvo um Vinho do Porto Branco. Apesar de mais recomendado para aperitivos, penso que, por não ser tão seco, pode ir bem com a sobremesa.

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