digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Vi-te e odiei-me por não quereres que te salvasse

Quando era miúdo fechava os olhos e pressionava-os para ver cores e formas em movimento. Cresci e não o faço mais por receio das consequência para a saúde.
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Hoje não resisti e voltei a fazê-lo, num impulso de sono e saudades da infância. Saudades também de quando, mais tarde, fui feliz. Não vi cores, via-a deitada num lago.
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Vi-a morta deitada na superfície das águas, como que entretida entre as folhagens e as pedra molhadas. Antes isso do que vê-la viva a afundar-se.
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Depois senti que a via morta a afundar-se. Antes isso do que viva na superfície das águas.
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Gritei às pedras e folhagens, não impotente, mas incapaz de a salvar. Gritei às pessoas ausentes. Não a socorri por saber que não me quer perto de si. Respeitei-lhe a decisão.
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Tive a clara necessidade de pressionar os olhos para ver cores e as magias do movimento.
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Nota 1: O autor deste blogue não toma nem nunca tomou drogas alucinogénicas nem outras substâncias ilegais.
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Nota 2: Odeio arte psicadélica, mas às vezes tem de ser, veio a propósito. Temos de comer de tudo para sermos saudáveis.

1 comentário:

Anónimo disse...

A propósito da Nota 2, bom proveito! ;)