digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, janeiro 04, 2009

Dasse

Rústico e triste: Dobrada enlatada e Cabriz Colheita Seleccionada. Uma tristeza. O playboy está, um dia destes, na Sopa do Pobres ou no Albergue da Mitra. Os guardanapos, comprados no Minipreço, não valem nada. Na gaveta estão toalhas de linho e outras tão brancas e bordadas. Quase toda a gente já foi para casa, cansada de ouvir falar de dívidas, de tristezas, de incríveis certezas inconcretizáveis, de fantásticas oportunidades que não interessam a ninguém e de tantas outras coisas aborrecidas e deprimentes.
Dentro dos móveis há fantasmas da namorada que se findou e que agora vive algures, também nos objectos e alfaias. Pouco espaço e muito tempo para o suicida indeciso. Se alguém telefonasse ainda se distraía o tempo. Mas daria seca a quem ligasse.
Enfim, pouco vale a pena, agora. Ainda o melhorzinho é a dobrada enlatada e o Cabriz. Antes isso do que um Ferrari amarelo.

Nota: Devia haver um neo-realismo acerca dos novos pobres!

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